sexta-feira, março 23, 2007

DO APLAUSO DESVAIRADO AO SUMIÇO SEM DÓ

Aqui no mundo virtual é como no real, me dizia um amigo que conquistei nestas paragens. Sinto ter que discordar. Aqui é bem pior.Explico. O maior problema que encontro não são os chamados psicopatas ou sociopatas que alguns acusam como perturbadores e criadores de situações complicadas, até coisa bem píor. Isso até existe, mas como no mundo real, em proporção bem reduzida comparada ao número das chamadas pessoas normais.O maior problema está justamente neste grupo considerado de conduta adequada, pelo menos à primeira vista. Pois as chamadas pessoas normais compõe-se das mais variadas criaturas, em termos de idade, nível cultural, interesses, crenças, atividade política, sem falar nos aspectos psicológicos e sociais, onde teremos sérios candidatos a mau caratismo, individualistas doentios, desonestos em geral, aproveitadores, exibicionistas, egocêntricos, e a lista fica bem grande. Longe de mim querer pousar de santa coroada, que não o sou. Mas posso afirmar que o que tenho visto em termos de condutas estranhas por aqui, daria para escrever um livro.Tive pretensos amigos que descartei, tive fãs declarados, fãs desvairados, recebi xingadas de pessoas desconhecidas, declarações de apoio inesperadas. Outro dia uma escritora disse que eu ia virar personagem de um livro dela. Por conta da indignação que sentiu quando fui atacada por outra recantista, ela me contou que escreveu um poema. Se a gente não estiver bem firme da cuca, pode até surtar por conta de tantas situações em que a perplexidade quase nos deixa paralisados. Eu estou sentindo tal pressão. Fico admirada de ver pessoas dizerem que pra elas aqui é tranquilo, que elas escrevem lá suas coisas, não mexem com a vida dos outros, e tudo corre normal. Mas as coisas mais loucas que me ocorreram, foram por conta de pessoas que elas sim, se meteram na minha existência, para o bem ou para o mal. E não falo daquelas raras com quem tive diferenças por formas de encarar certos acontecimentos. Falo de gente que caiu do céu mesmo e me achou.Certa vez uma menina de catorze anos, fez um comentário em caixa alta dizendo que eu era isso, a melhor , por que eu ainda não tinha editado, e tal, que era minha maior fã. Passado esse dia, nunca mais apareceu. Outro dia vivi um momento inédito em que um fã me contatou da forma mais inseperada. Estou contando tudo numa crônica que ainda não foi publicada. E a história, diante da minha enésima perplexidade, terminou sem nem sequer um bilhete de adeus. Ele sumiu nas ondas da NET assim como surgiu, como um ser de outra galáxia que fizesse comigo um daqueles contatos diretos e depois sumisse com sua nave na escuridão do espaço.Entretanto e isso é o que conta, recebi muito de algumas poucas pessoas, mais do que poderei lhes dar, tenho certeza. Acho que um pouco do meu êxtase se deve a um temperamento um pouco exacerbado, latino, apesar da mistura de raças que me produziram. Tenho o gosto do drama, sou eloquente e apaixonada nas contendas.E agora sou mais uma das milhares de pessoas nesta rede de interloucos que, após ter sido lançada às alturas por uma pessoa totalmente empolgada, vê-se completamente abandonada por esta mesma criatura, sem nem sequer um lencinho branco de adeus.Por outro lado, fica muito engraçado ver que todos os sítios onde se reúnem e convivem muitas mil pessoas, apresentam ao candidato seu regulamento. Mas o pior acontece apesar dos regulamentos. Nâo há regulamentos que impeçam pessoas de te fazer de boba, isso não consta nas regras, de te acenar com uma possibilidade e depois sumir, de te declarar leitura eterna e dias depois auto deletar-se. Não há regras que façam as pessoas ficarem mais honestas,mais críticas, mais inteligentes, mais cultas, mais verdadeiras. Pessoas de verdade e não simples internautas carentes desejosos de encontrar alguma audiência ocasional. Não há leis capazes de fazer tais milagres. O problema está mal enfocado, quando normas passam a ser a coisa mais importante em um agrupamento. A partir daí aprende-se que nestas paragens a maioria das pessoas sente-se na liberdade de não cumprir nem as mais elementares regras de convivência e boas maneiras, que dirá outras que envolvam dignidade, posturas coerentes e compromisso com princípios. Aí já seria querer demais!!!

Nenhum comentário: