sexta-feira, agosto 24, 2007

PODEMOS CHAMAR A PORNOGRAFIA ENCADERNADA DE LITERATURA?

Alguém está apresentando um panorama de literatura erótica ou pornográfica। Cita autores como João Ubaldo Ribeiro, fala de pornografia valorizada por encadernações, apresenta entrevista do ministro que escreveu um livro que teria cenas eróticas . Vou logo avisando que não tenho a menor intenção de patrulhar ninguém, mas é um assunto do qual tenho pouco conhecimento, até por não gostar de literatura erótica।E mesmo autores reconhecidos como Ilda Hilst por exemplo, apesar de seu grande talento e de seu realismo, digamos assim, tem muito a ver com uma personalidade perturbada por um relacionamento incestuoso com o pai e uma vida de moça rica cheia de histórias de desajuste. E textos eróticos na internet, pelo que tenho visto, não passam a maioria de simples e diretos apelos. Sem falar em conteúdos violentos e criminosos como pedoflilia e estupro. E alguns já tiveram o displante de citar Nelson Rodrigues como um dos seus pares. Que sacrilégio. Pra mim, literatura não pode ser rotulada como erótica, literatura e boa literatura vai conter este tema assim como ele existe na vida das pessoas, fazendo parte e não sendo uma obssessão e um objetivo. Isso é pornografia. Se está na moda, que fazer? Eu ainda prefiro ler as portas dos banheiros, além de tudo é gratuito.
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E NESTE APANHADO SOBRE O MERCADO LITERÁRIO DA LITERATURA ERÓTICA FOI CITADA A TAL BRUNA SURFISTINHA, UMA MENINA DE PAIS RICOS, DESAJUSTADA, QUE FOI USADA PRA RENDER NESSA TAL "LITERATURA" AÍ VEM O KIA E DEIXA SUA PIADA : LOGO ESTA TAL BRUNA ESTARÁ OCUPANDO A CADEIRA 69 DA ACADEMIA DE LETRAS.

Por que VOCÊ não aproveita a idéia e faz um apanhado humorístico dessa nova onda literária que é um lixo importado, pois parece que li um dia la na sua página sobre o fato de as antigas cantadas estarem sendo consideradas demodée, e acrescento que também o erotismo essencialmente brasileiro não consegue existir sem boa piada.
Lembra das pornochanchadas de autores brasileiros? Era uma descaração mas que nos matava de rir। Não tinha esse cunho neurótico dessa pornografia de lieratos ou de mocinhas desajustadas de famílias ricas que resolvem botar a público seus desvios de conduta. É verdade que sexo está na vida diária, mas convenhamos que ter orgasmos diante de uma tela é um tanto neurótico para meu gosto demodée. Kia, você ainda tem muito a dizer sobre isso. Aguardo a crônica॥ Beijos!!!

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Ninguém fica indiferente
em relação à chamada literatura erótica, talvez deva ser melhor explicado. O meu não ficar indiferente resume-se a sempre que o assunto surgir, dizer o que falei acima: literatura pra mim é algo complexo, uma vez que trata da vida humana em todos os seus aspectos. Dentro dessa vida a sexualidade é algo realmente importante e não há como escrever um bom romance, criando personagens assexuados. Nem como ignorar a dimensão sexual no relacionamento humano, com todos os matizes, infelizmente presentes e especialmente visíveis nos prontuários médicos e policiais. Entretanto todos sabemos que a arte em geral está sendo abarcada por uma máfia de donos do negócio, isso inclui pintura, música como tb. letras, que é o nosso assunto aqui. Diante disso é óbvio que essa literatura de consumo erótico ganha terreno e rende muito dinheiro a quem explora os vícios, pois que consumir pornografia pra mim é um vício como qualquer outro, vício da solidão,enfim, como beber, fumar maconha, consumir êxtase, freqüentar prostíbulos, e longe de mim querer crucificar quem o faça. Mas não posso concordar que tais textos, feitos com o único intuito de satisfazer neuroticamente o corpo, sejam literatura. Como já falei antes, literatura de ficção, no momento em que trata da vida humana, não poderá excluir sexo, sob pena de excluir humanidade. Mas convenhamos que isso feito por mãos de artistas legítimos, cujo objetivo não é ganhar dinheiro com best sellers e outras escrevinhações, surgirá de forma harmoniosa, linda, grandiosa, sem falsos moralismos, que, diga-se de passagem, todo consumidor de pornografia é no seu âmago, um grande FDP de um moralista. Sendo homem, um moralista com ejaculação precoce, na melhor das hipóteses, se mulher, uma moralista que só se satisfaz como “vagabunda”, nunca conheceu um sexo com um homem de verdade, não consegue ter prazer sem baixaria. Pobres de nós moralistas! E o autor do tópico resumiu bem a questão quando disse que afinal, hoje em dia tudo gira em torno de dinheiro, poder e sexo. Ainda bem que existem pessoas que conseguem ficar à margem desse trinômio. Acho que encerrei por aqui.
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O autor do tópico disse que concorda com a afirmação de que literatura de ficção não pode excluir sexo sob pena de excluir humanidade. Só que isso foi só uma parte da minha argumentação. E se o grande escritor X ou Y quiser ganhar uns trocos fazendo algo mais comercial, como o citado João Ubaldo Ribeiro, isso não invalida o que falei sobre grandes obras literárias. Elas contém o sexo dentro de um contexto de obra de arte, seja em Nelson Rodrigues, seja em Jorge Amado ou no grande Saramago. Você já leu A HISTÓRIA DO CERCO DE LISBOA? Que erotismo maravilhoso no encontro de Raimundo Silva e sua amada! Mas eu sei, existem as pessoas que não têm alcance para ler tais obras. E as editoras estão atentas a esse público que é a grande fatia dos leitores. Aí surge essa pseudo literatura chamada erótica. Eu sei, não é novidade, pois sexo é algo que nasceu com a humanidade. E a repressão sexual e o moralismo são ótimos agentes para produzir leitores para tal conteúdo. Entretanto, se você ler os eróticos desses sites, verá que além da maioria dos textos ser um amontoado de clichês de baixaria, com uma receita repetida, é tão mal escrita e tão sem criatividade que só poderá servir para fins masturbatórios de libidos exacerbadas. Enfim, consome-se muito, consome-se refri, salgadinhos, fast food, filmes de ação, cervejinha gelada, filmes pornô, carros, revista Júlia, Caras e também histórias de sexo explícito. Nada contra. Mas mercado literário? Essa não!


Um comentário:

Unknown disse...

essa história se baseia em um personagem ,um conto meio triste um ,nada sem sentido fatos que vira história, uma alma sem rumo um caderno cujo foi esquecido.