sábado, dezembro 08, 2007






COMO FOLHAS AO VENTO




E já entrou dezembro, enquanto este novembro se descortinara sombrio, mas de repente tudo parece ter serenado, apesar de que feridas mesmo cicatrizadas sempre permanecem como marcas nos caminhos. Voltamos a conversar mas agora tudo que foi tão intenso começa a me parecer distante e um tanto irreal. Acho que aqueles momentos tão nossos, ternos , parecendo tenra verdura recém colhida, já não têm vigências em nós. Somos agora adultos nessa caminhada. Ficam para trás aquelas efusões que pareciam nascer de um universo à parte de nós mesmos, um lugar onde ainda ninguém tivesse tocado, um paraíso a ser
descortinado. Nos perdemos dele ou ele é que nunca existiu? Paraísos são fugazes sítios onde fazemos morada provisória e onde deixamos a fantasia nos resgatar em nossa perdida integridade de seres sonhadores de outra natureza para nossos corpos de uma solidez um tanto incômoda. Então desejamos fluir, ganhamos asas e voamos sobre nossas limitações. Seres sonhados, esvoaçamos em torno da luz na dança do amor, da superação dos limites . E, quando as luzes se apagam, nossos vôo vai perdendo força e então caímos como folha de papel na ventania, lentamente, sem pressa de chegar ao solo frio e desconcertante que sempre nos aguarda.

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